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ISO 31000: entenda o que é e qual o seu impacto para as empresas

Atualizado em 14 de setembro de 23 | Geral  por

Gabriela de Britto Maluf

A ISO 31000 é uma norma internacional de Gestão de Riscos que trata das diretrizes e requisitos para implementação da gestão de risco organizacional, visando auxiliar no gerenciamento inteligente dos mesmos.

A norma utiliza uma metodologia genérica para quantificar e qualificar todos os riscos, que pode ser usada como referência, ou seja, ser adaptada conforme as necessidades da empresa para temas como controle de qualidade, compliance, segurança, saúde ocupacional, dentre outros.

Vale ressaltar que a gestão de riscos é o objetivo de todas as normas de sistemas de gestão, e a ISO 31000 é aplicável às empresas que possuem um sistema de gestão implementado.

Neste artigo, falaremos melhor sobre este tema abordando com detalhes essa norma. Continue a leitura a seguir!

O que significa ISO 31000?

A ISO 31000 é uma norma internacional que estabelece diretrizes e princípios para a gestão de riscos em organizações e traz orientações sobre como as empresas devem identificar, avaliar, monitorar e controlar os riscos que podem afetar seus objetivos e tomar decisões informadas para lidar com essas ameaças de maneira eficaz. 

No entanto, a norma ISO 31000 não prevê um conjunto específico de regras ou medidas que devem ser observadas de forma literal pelas organizações, mas sim um panorama geral que pode ser adaptado às necessidades individuais de cada negócio em relação à gestão de riscos.

Quais são os princípios da gestão de riscos na ISO 31000?

A ISO 31000 estabelece uma série de princípios que orientam a gestão de riscos nas organizações. Esses princípios são fundamentais para garantir que a gestão seja eficaz e contribua para o sucesso da empresa.

Dentre os principais, podemos destacar:

Integrada

A gestão de riscos deve ser parte integrante de todos os processos e atividades da organização, não se limitando a uma área específica. Ou seja, deve fazer parte da cultura organizacional.

Estruturada e abrangente

Ser conduzida de forma estruturada e abrangente, com processos e etapas claras. Assim, pode cobrir todos os tipos de riscos que possam afetar os objetivos da organização.

Personalizada

A gestão de riscos deve ser adaptada ao contexto interno e externo da organização. Ela deve ser proporcional ao nível de risco e relacionada aos objetivos do negócio.

Inclusiva

Sempre que apropriado, as partes interessadas precisam ser incluídas no processo de gestão de riscos. Isso ajuda a aumentar a conscientização e a compreensão das ameaças.

Dinâmica

Ser dinâmica e capaz de se adaptar às mudanças no ambiente interno e externo da organização. Ela necessita antecipar, detectar, reconhecer e responder às mudanças.

Melhor informação disponível

A gestão de riscos deve ser baseada sempre na melhor informação que se encontra disponível no momento, incluindo informações históricas, atuais e expectativas futuras. Esses dados têm de ser oportunos e disponíveis para as partes interessadas.

Aspectos humanos e culturais

O comportamento humano e a cultura organizacional desempenham um papel significativo na gestão de riscos. Eles devem ser considerados na estrutura do sistema como um todo.

Melhoria contínua

Por fim, carece de buscar continuamente a melhoria por meio da aprendizagem e da experiência. Isso inclui aprender com eventos passados e adaptar-se ao futuro.

Esses princípios ajudam as organizações a estabelecer uma abordagem sólida e eficaz para a gestão de riscos, garantindo que ela seja integrada em toda a organização, adaptada às suas necessidades específicas e capaz de lidar com os desafios em constante evolução.

Qual é a estrutura da gestão de riscos na ISO 31000?

O objetivo da estrutura da gestão de riscos baseada nas diretrizes da ISO 31000 é dar suporte à organização para que ela esteja apta a fazer essa integração nas atividades cotidianas relevantes.

Desta forma, a gestão de riscos eficaz, será aquela capaz de integrar as práticas de governança nas atividades diárias da empresa, inclusive no que se refere à tomada de decisão, o que claramente depende de suporte por parte da alta administração.

Nesse sentido, a estrutura da gestão de riscos inclui integração, concepção, implementação, avaliação e melhoria consecutivamente. Em outras palavras, a estrutura da gestão de riscos na ISO 31000 deve ser abrangente e integrada, mantendo o foco na liderança e comprometimento da organização.

Essa estrutura é composta pelos seguintes conceitos:

Liderança e comprometimento

Este é o conceito central e fundamental da gestão de riscos na ISO 31000, tendo em vista que ele envolve o compromisso da liderança da organização em estabelecer e manter um ambiente propício à gestão de riscos.

Isso inclui a definição de papéis e responsabilidades, a comunicação eficaz sobre riscos e a integração da gestão de riscos em toda a organização.

Integração

A integração da gestão de riscos é outro ponto fundamental, ou seja, todos os processos e operações da organização devem estar integrados com as práticas do programa.

Isso significa que a gestão de riscos deve ser incorporada em todos os níveis, desde o estratégico até o operacional, e em todas as funções e departamentos da organização, para que tenha eficácia.

Concepção

A concepção envolve o estabelecimento do contexto no qual a gestão de riscos ocorrerá, incluindo a definição dos objetivos da organização, a identificação de fatores internos e externos que podem afetar esses objetivos e o estabelecimento de critérios de risco.

Implementação

A implementação se refere à aplicação prática do processo de gestão de riscos, incluindo as etapas de identificação, análise, avaliação e tratamento de riscos.

Desta forma, a organização deve implementar controles e medidas para mitigar os riscos identificados.

Avaliação

A avaliação é a etapa em que a organização compara os resultados da análise de riscos com os critérios de risco estabelecidos, para então determinar quais ameaças precisam ser tratadas e como serão esses tratamentos.

Melhoria

A melhoria contínua é um elemento fundamental da gestão de riscos. Por esse motivo, a organização deve estar preparada para adaptar e melhorar seu processo com base nas lições aprendidas e nas mudanças no ambiente interno e externo.

Essa estrutura ampla e sistemática objetiva integrar a gestão de riscos nas operações e na cultura organizacional. Para tanto, o comprometimento da liderança é essencial, é ela que deve cumprir a missão de garantir que a gestão de riscos seja eficaz e que os riscos sejam tratados de forma adequada em todos os níveis da organização.

Como é o processo de gestão de riscos na ISO 31000?

A gestão estratégica de riscos começa com uma avaliação de riscos eficaz, de forma a analisar seus impactos e definir controles e políticas internas para mitigação.

Desta forma, o processo de avaliação consiste em identificar, analisar e avaliar esses riscos, obedecendo a um critério pré-definido para tratamento de cada um deles.

É importante ressaltar que o processo de gestão de riscos é dinâmico e precisa ser constantemente monitorado, pois depende de várias ações sequenciais e contínuas, que envolvem coleta de informações, comunicação, consulta e análise crítica, as quais devem ser feitas periodicamente.

Isso porque o principal objetivo da gestão de riscos é antecipar e evitar problemas que causam impactos negativos ao negócio e estabelecer indicadores e metas a serem alcançadas diante de uma visão mais clara proporcionada pela definição dos processos e análise das áreas e setores da empresa.

Em síntese, gerenciar riscos é adotar estratégias de prevenção e adotar ferramentas eficazes para enfrentar as dificuldades que surgem no caminho, minimizando perdas financeiras.

Quais são os benefícios da gestão de riscos para a empresa?

Há diversas vantagens que a gestão adequada dos riscos pode proporcionar ao negócio, a começar pela construção de uma análise de processos que pode servir para orientar as tomadas de decisões da alta administração.

Isso porque com uma visão mais clara de cada área, é possível identificar oportunidades com mais facilidade, reduzindo ou eliminando as perdas financeiras.

Afinal, a questão financeira é sempre uma das mais relevantes para qualquer empreendimento, e os custos do capital são parte importante disso. 

Por outro lado, ter mais clareza nos processos, inspira mais segurança aos investidores, fornecedores, parceiros e demais stakeholders, além de proporcionar ganho de credibilidade perante o mercado, instituições financeiras, de seguro e de crédito.

Outro ponto importante dessa gestão é a melhoria nos processos de compliance e governança corporativa, uma vez que a gestão dos riscos contribui, e muito, para processos de auditoria e de certificação, agregando, portanto, diversas vantagens ao gerenciamento do negócio e ganho de credibilidade perante o mercado.

Abaixo ressaltamos os principais benefícios da implementação de processos de gestão de risco baseados na ISO 31000:

Identificação proativa de riscos

A gestão de riscos permite que a empresa identifique proativamente potenciais ameaças e oportunidades, tais como riscos internos, falhas operacionais, e riscos externos, e ainda outros fatores como mudanças no mercado ou no ambiente regulatório.

Antecipar riscos permite que a organização tome medidas preventivas para evitar problemas antes que eles se tornem crises, economizando recursos e protegendo sua saúde financeira.

Tomada de decisão informada

Ela também permite o acesso a informações valiosas que embasam a tomada de decisões. Isso porque os líderes da empresa passam a ter acesso a análises abrangentes sobre os riscos que enfrentam, o que ajuda a avaliar alternativas, priorizar investimentos e definir estratégias.

Certamente, a tomada de decisão informada reduz a incerteza e aumenta a confiança em relação às escolhas estratégicas da organização, tornando-a mais resiliente às mudanças do mercado.

Melhoria da segurança organizacional

A gestão de riscos contribui para a melhoria da segurança operacional e da qualidade dos produtos ou serviços oferecidos pela empresa, pois identificar riscos de segurança, como acidentes de trabalho, falhas de produtos ou ciberataques, permite que a organização implemente medidas de prevenção e contingência, protegendo funcionários, clientes e ativos.

Fortalecimento da reputação

Um processo bem estruturado demonstra responsabilidade e compromisso com a integridade e a conformidade, e isso claramente ajuda a fortalecer a reputação da empresa perante seus stakeholders, incluindo clientes, investidores e reguladores.

Desta forma, quando a empresa demonstra transparência na identificação e tratamento de riscos, bem como na gestão de crises, ela constrói confiança e credibilidade, o que representa um diferencial competitivo.

Quais são os tipos de riscos?

Segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), considerando a sua origem, os riscos podem ser divididos em estratégicos, financeiros, operacionais e de conformidade.

Cada espécie de risco possui características próprias e diferentes soluções que podem ser adotadas e adaptadas, segundo a ISO 31000, conforme as peculiaridades da empresa.

Riscos estratégicos

Estão ligados sobretudo às oscilações do mercado e outras influências externas, sua análise visa orientar as estratégias que serão executadas, influenciando, portanto, as decisões internas dos gestores.

As influências externas comuns são: 

  • Cenário político e econômico;
  • Transformações e inovações tecnológicas;
  • Mudanças regulatórias. 

Riscos financeiros

Os riscos financeiros, por sua vez, estão relacionados ao fluxo de caixa, e os mais comuns são:

  • Endividamento;
  • Problemas de liquidez;
  • Baixo nível de conversão de insumos em rentabilidade.

Riscos operacionais

Já os riscos operacionais, são suscetíveis a influências internas e externas. Internamente as falhas operacionais são passíveis de causar grandes prejuízos financeiros e, externamente, a falta de insumos e falhas na logística, por exemplo, podem resultar em perdas significativas.

Riscos de conformidade

Por fim, os riscos de conformidade estão ligados às leis, normas e regulamentações, as quais precisam ser cumpridas sob pena de aplicação de multas e outras penalidades por órgãos de fiscalização, ou mesmo implicar em perdas de oportunidades de fechamento de negócios, além de abalar a relação com os clientes e a credibilidade junto ao mercado.

Qual a importância da norma ISO 31000?

A norma ISO 31000 é de extrema relevância para a implementação de qualquer sistema de gestão, e os especialistas recomendam sua utilização antes mesmo de qualquer outra implementação nesta área.

Isso porque a norma ajuda a responder perguntas comuns, mas de extrema importância, como por exemplo, como o risco deve ser tratado ou qual o método ou a estratégia mais eficaz para tratar determinado assunto.

Além disso, a ISO 31000 trata da integração de todos os processos da estrutura aos níveis de operação, inclusive com estratégias operacionais de programas e projetos, considerando também as nuances do comportamento humano.

Em outras palavras, a Norma Internacional da Gestão de Risco ISO 31000, adota princípios básicos de constituição que não podem se diferenciar de empresa para empresa, uniformizando os processos e criando padrões que são exigidos pelo mercado.

Desta forma, todos esses pontos devem ser considerados durante a implementação da gestão baseada na norma de gestão de risco, cujos principais impactos para a organização são os benefícios que ela proporciona, bem como o cumprimento das exigências do mercado nacional e internacional.

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Gabriela B. Maluf é Founder & CEO da Thebesttype, empreendedora, escritora, advogada com 18 anos de experiência, especialista em Compliance Trabalhista, Relações Trabalhistas, Sindicais e Governamentais, Direito Público e Previdenciário, palestrante com mais de 200 eventos realizados e produtora de conteúdo técnico otimizado em SEO para sites e blogs.