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Stakeholders: entenda o que são, suas funções e exemplos

Atualizado em 23 de novembro de 23 | Geral  por

Gabriela de Britto Maluf

O termo stakeholders é muito utilizado no mundo corporativo, e quer dizer “partes interessadas”, na tradução para a língua portuguesa. A sua importância está relacionada às decisões da organização, dentre outros aspectos.

Isso significa que as decisões empresariais mais relevantes, tanto do ponto de vista estratégico quanto do operacional, devem ser tomadas pensando nos stakeholders, pois são eles os maiores interessados nos resultados da organização.

Em outras palavras, os stakeholders estão diretamente ligados à gestão do negócio, eles são as partes interessadas ou envolvidas em uma organização, projeto ou iniciativa, e que são afetadas direta ou indiretamente pelos resultados ou pelas atividades relacionadas a ela.

Neste artigo, abordaremos o conceito de stakeholders, quem são, quais suas funções, exemplos e responderemos também diversas dúvidas frequentes sobre o tema.

Siga com a leitura e fique por dentro!

Quem são os stakeholders?

Os stakeholders nada mais são do que as partes interessadas na organização ou em algum projeto específico desenvolvido por ela, elas são relevantes para o negócio porque ocupam papéis importantes e têm interesses diversos no que diz respeito ao sucesso da empresa.

Vale frisar que, gerenciar as expectativas e necessidades desses stakeholders de forma eficaz, é essencial para a sustentabilidade a longo prazo de uma organização.

Logo, “stakeholder” pode ser qualquer pessoa cujo interesse deva ser considerado em um determinado contexto.

Quais as funções exercidas pelos stakeholders?

A palavra stakeholder tem um sentido muito amplo e genérico, pois basta ser interessado na empresa ou no projeto, para ser assim considerado. Desse modo, eles podem desenvolver diversas funções dentro ou fora da organização, ou seja, não necessariamente se trata de uma pessoa atuante no negócio ou projeto, podendo ser inclusive apenas um investidor ou pessoas da comunidade local.

Assim sendo, as funções desempenhadas pelos stakeholders são altamente variáveis a depender do contexto. No entanto, separamos algumas para que você possa compreender melhor.

Confira agora alguns exemplos de stakeholders: 

  1. Clientes: são aqueles que consomem ou utilizam os produtos ou serviços da organização;
  2. Funcionários: engloba todos os colaboradores da organização, desde a equipe operacional até a alta administração;
  3. Acionistas/Investidores: são as pessoas ou entidades que possuem ações na organização e, portanto, têm um interesse financeiro em seu desempenho;
  4. Fornecedores: incluem aqueles que fornecem bens ou serviços necessários para a operação do negócio;
  5. Parceiros: entidades que colaboram com a organização em diversas formas, como joint ventures, alianças estratégicas, etc.;
  6. Governo e Órgãos Reguladores: representam os interesses do governo e garantem que a organização opere em conformidade com as leis e regulamentos;
  7. Comunidade: refere-se às pessoas que vivem ou trabalham na área onde a organização está localizada e que podem ser impactadas por suas atividades;
  8. Ativistas do Meio Ambiente: envolvem grupos ou indivíduos que têm preocupações ambientais e estão atentos ao impacto das atividades da organização no meio ambiente.

Tenha em mente que cada tipo de stakeholder tem interesses específicos e pode ser influenciado de maneira diferente pelas ações da organização.

Por esse motivo, voltamos a afirmar que o gerenciamento eficaz dos stakeholders é essencial para garantir uma relação positiva e sustentável com todas as partes interessadas envolvidas.

Qual a importância dos stakeholders para as empresas?

Os stakeholders representam uma teia de conexões e influências no cenário empresarial que afetam o desempenho e a trajetória de uma empresa, daí a sua importância. 

Assim, essa questão reside em vários aspectos-chave que abrangem desde a tomada de decisões estratégicas até a construção da reputação e sustentabilidade a longo prazo.

Primeiramente, a consideração dos interesses dos stakeholders é fundamental para orientar as decisões estratégicas da empresa. Para tanto, é preciso entender as expectativas e necessidades de clientes, funcionários, investidores e outros grupos para que a empresa alinhe suas metas de maneira mais eficaz, promovendo uma gestão equilibrada e direcionada para a continuidade dos negócios.

Além disso, a gestão de riscos deve ser aprimorada por meio da identificação proativa das preocupações dos stakeholders. Isso porque é preciso antecipar possíveis desafios e considerar as perspectivas das partes interessadas, para que a empresa possa estar preparada para gerenciar crises, minimizar riscos não previstos e manter a estabilidade operacional.

Ainda sobre importância, a responsabilidade social e a sustentabilidade tornaram-se componentes críticos da imagem corporativa, por isso, os stakeholders, muitas vezes, têm expectativas relacionadas a práticas éticas e impacto ambiental, e atender a essas expectativas não apenas fortalece a reputação da empresa, mas também atua como um diferencial competitivo ao atrair consumidores e investidores conscientes.

Por fim, as relações com clientes e fornecedores são profundamente influenciadas pela forma como uma empresa gerencia suas interações com as partes interessadas.

Atender às expectativas dos clientes e colaborar de maneira ética com os fornecedores contribui para a construção de relações duradouras e parcerias sólidas, impulsionando o crescimento e a estabilidade

Como identificar os stakeholders de uma empresa?

A identificação dos stakeholders de uma empresa serve para entender quem pode ser impactado pelas atividades da organização e quem pode influenciar ou ser influenciado por suas decisões.

Confira agora um passo a passo para ajudar nessa identificação:

  • Localize os membros da equipe e departamentos dentro da empresa, pois eles são considerados “stakeholders internos” que podem ser afetados pelas decisões da empresa;
  • Considere também os grupos externos que têm interesse na empresa, tais como clientes, fornecedores, investidores, comunidade local, organizações não governamentais (ONGs), concorrentes e órgãos reguladores;
  • Examine documentos internos, relatórios anuais, registros financeiros e outras fontes de informações corporativas para identificar stakeholders relevantes;
  • Entreviste membros da equipe, clientes, fornecedores e outros parceiros de negócios para obter insights sobre quem são os stakeholders e quais são seus interesses;
  • Crie um mapa de stakeholders que destaque as relações entre a empresa e cada grupo identificado para te ajudar a visualizar melhor as conexões e dependências;
  • Classifique os stakeholders com base no nível de impacto que eles têm sobre a empresa e no interesse em suas atividades e priorize o engajamento dos mais relevantes;
  • Analise as dinâmicas de poder entre os stakeholders. Compreender essas dinâmicas é parte da gestão eficaz das partes interessadas, pois as dinâmicas de poder são diferentes em cada contexto;
  • Existem ferramentas específicas de mapeamento de stakeholders que ajudam a visualizar as relações e identificar as principais partes interessadas, tais como softwares avançados, por exemplo.

Concluindo, saiba que as dinâmicas empresariais podem mudar ao longo do tempo, por isso, esteja aberto a revisitar regularmente a análise de stakeholders para garantir que esteja atualizada.

Qual o stakeholder prioritário para a governança corporativa?

Em regra, não há um único stakeholder prioritário para a governança corporativa, pois o conceito de governança corporativa envolve a gestão de relacionamentos com uma grande variedade de partes interessadas em contextos diversos, mas há quem entenda que o acionista é o prioritário, uma vez que seus interesses influenciam diretamente as decisões da empresa.

Por outro lado, é preciso considerar que o papel da governança corporativa é justamente de buscar equilibrar os interesses de acionistas, gestão, clientes, funcionários, fornecedores, comunidade e outros stakeholders relevantes.

Para tanto, é comum considerar os acionistas (ou investidores) como uma parte relevante nas práticas de governança corporativa, uma vez que são proprietários da empresa e têm um interesse financeiro direto em seu resultado. 

Desse modo, as práticas de governança geralmente visam garantir que os interesses dos acionistas sejam protegidos e que a empresa seja administrada de maneira ética e eficiente.

No entanto, além dos acionistas, outras partes interessadas também ocupam papéis importantes. Por exemplo, os clientes são fundamentais para o sucesso de muitas empresas, e práticas éticas e responsáveis em relação aos funcionários são consideradas essenciais para uma boa governança.

Por esse motivo, decisões que prejudiquem os clientes não trarão bons resultados, mesmo que agradem os investidores.

Qual a diferença entre o shareholder e o stakeholder?

Os termos "shareholder" (acionista) e "stakeholder" (parte interessada) representam diferentes perspectivas e interesses em relação a uma organização. A principal distinção entre eles reside na natureza da relação com a empresa e nos objetivos que cada grupo possui.

Os acionistas detêm ações de uma empresa, por isso seu principal interesse reside no retorno financeiro sobre o investimento, seja por meio do aumento do valor das ações no mercado ou da distribuição de dividendos.

Assim, a relação dos acionistas com a empresa é predominantemente financeira, refletida em seus direitos de voto nas assembleias gerais e na expectativa de que as decisões da administração beneficiem o valor de suas ações.

Por outro lado, os stakeholders compreendem uma gama mais ampla de partes interessadas na empresa, indo além dos acionistas, uma vez que englobam clientes, funcionários, fornecedores, comunidade, governo e outros grupos que possam ser afetados ou afetar a organização.

Desta forma, os interesses dos stakeholders são diversos, enquanto os clientes buscam produtos ou serviços de qualidade, os funcionários almejam condições de trabalho justas, os fornecedores relações comerciais estáveis, e a comunidade pode se preocupar com questões ambientais, e assim por diante.

Além disso, é preciso considerar que a relação dos stakeholders com a empresa não está restrita ao aspecto financeiro, pois cada grupo pode ser impactado de diferentes maneiras pelas operações da empresa, e suas expectativas abrangem aspectos sociais, éticos e ambientais. 

Diante deste cenário, é possível concluir que o gerenciamento eficaz dos stakeholders torna-se, portanto, uma peça-chave na governança corporativa, exigindo a consideração cuidadosa e equilibrada de uma variedade de interesses para garantir o sucesso sustentável da organização.

Conclusão

A identificação dos stakeholders de uma empresa a partir da compreensão ampla do contexto em que eles estão inseridos consiste em uma prática indispensável para a gestão dos negócios, uma vez que seus interesses influenciam ou são influenciados pela atuação da organização.

Em suma, há dois pontos chave nos quais os stakeholders devem ser considerados: o processo de tomada de decisões e a prevenção de riscos de não conformidade, pois ambos impactam qualquer transação comercial, daí a importância de atuar nessas duas frentes para resguardar interesses da empresa e preservar a sua imagem perante o mercado e a sociedade. 

Por todos esses motivos, o reconhecimento abrangente dos stakeholders fortalece a gestão interna e contribui para a construção de relações sustentáveis, promovendo uma cultura organizacional mais resiliente e adaptável às dinâmicas do ambiente empresarial e social.

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Gabriela B. Maluf é Founder & CEO da Thebesttype, empreendedora, escritora, advogada com 18 anos de experiência, especialista em Compliance Trabalhista, Relações Trabalhistas, Sindicais e Governamentais, Direito Público e Previdenciário, palestrante com mais de 200 eventos realizados e produtora de conteúdo técnico otimizado em SEO para sites e blogs.