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Roubo de carga: como o compliance pode prevenir este problema?

Atualizado em 30 de janeiro de 24 | Geral  por

Gabriela de Britto Maluf

O roubo de carga é uma das atividades ilícitas que mais preocupa o setor de transporte e logística. Isso acontece porque, dentre os modais de transporte existentes no Brasil, certamente um dos mais importantes é o de transporte rodoviário de cargas, o qual é responsável pelo escoamento de 75% de todas as mercadorias que circulam no país.

Segundo uma análise dos grandes riscos do setor de transporte, realizada pela Confederação Nacional do Transporte, o roubo de carga é um dos maiores riscos do setor, sobretudo em locais onde este crime é frequente.

A entidade destaca que a importância da mitigação deste risco está relacionada à dimensão das perdas econômicas e sociais e aos danos físicos a transportadores, passageiros e terceiros, além das demais consequências decorrentes dos delitos, como o crime de latrocínio, por exemplo.

Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística em 2022, revelou que o número de ocorrências de roubo de carga no Brasil atingiu 13.089 casos, sendo que expressivos 85,18% dessas incidências ocorreram na região Sudeste. 

Um outro dado relevante apontado pela NTC & Logística é a cifra de prejuízos ocorridos no Brasil em 2022 em virtude do roubo de carga que chegaram a 1,2 bilhão de reais. Neste sentido, abordaremos neste conteúdo como o compliance pode ajudar a prevenir o roubo de cargas. Acompanhe!

Qual estado tem o maior índice de roubo de carga?

A Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística divulgou os resultados de sua pesquisa que aborda a situação do roubo de cargas no Brasil em 2022. Segundo os dados coletados pela entidade em colaboração com órgãos públicos e privados, houve uma redução significativa de 9,1% em comparação com o ano anterior, totalizando 13.089 registros.

A região Sudeste manteve sua posição como a área mais afetada, concentrando 85,18% das ocorrências, seguida pelas regiões Sul (6,12%), Nordeste (4,66%), Centro-Oeste (2,81%) e Norte (1,23%). 

Em termos financeiros, as perdas resultantes de cargas roubadas alcançaram aproximadamente R$ 1,2 bilhão em todo o país.

Quais são as cargas mais roubadas no Brasil?

A NTC & Logística apontou ainda alguns produtos como alimentos, combustíveis, produtos farmacêuticos, autopeças, tecidos de confecção, cigarros, eletroeletrônicos, bebidas e defensivos agrícolas como as mercadorias mais procuradas por quadrilhas e organizações criminosas.

Quem investiga o roubo de cargas?

Roubo de carga.

O roubo de carga no Brasil é investigado por diversas autoridades e órgãos, devido à sua complexidade e abrangência em diferentes áreas geográficas. A responsabilidade primária pela investigação de roubos de carga recai, sobre as forças policiais locais ou federais, além de outras autoridades encarregadas da aplicação da lei. 

Essas instituições contam com recursos e experiência necessários, muitas vezes mantendo divisões especializadas dedicadas a crimes relacionados ao roubo de cargas. A coleta de provas, rastreamento e recuperação da carga roubada e a prisão de suspeitos são as principais medidas adotadas por essas autoridades. 

Além disso, o Ministério Público atua nessas investigações, sobretudo nas que envolvem o combate ao crime organizado. Em determinadas situações, empresas de transporte e logística contratam serviços de segurança privada para colaborar nas investigações de roubos de carga. 

Essas empresas, especializadas no setor, possuem conhecimento específico e recursos que apoiam as autoridades na condução de investigações. A colaboração entre empresas de segurança privada e as forças policiais acelera as investigações e aumenta as chances de recuperação da carga roubada.

Além do mais, as seguradoras que oferecem cobertura para cargas e veículos de transporte também participam da investigação de roubos de carga. Em muitos casos, elas trabalham em conjunto com as autoridades e empresas de segurança privada para coletar informações, avaliar danos e determinar a responsabilidade pelo roubo, contribuindo assim para a resolução eficaz dos casos.

Por fim, as próprias empresas de transporte e logística fornecem informações detalhadas sobre rotas, veículos e cargas envolvidas para colaborar com a investigação. 

Como evitar o roubo de cargas?

Diante do aumento da competitividade, bem como da demanda composta por um público cada vez mais exigente, as transportadoras passaram a investir mais em tecnologia, visando otimizar os seus processos de segurança e possíveis situações de risco.

Atualmente, só no monitoramento de cargas, é possível utilizar diversos sistemas diferentes, como:

  • GPS: onde o veículo é rastreado via satélite baseando-se nas coordenadas de longitude e de latitude;
  • Radiofrequência: que é o uso das antenas de rádios para acompanhar todas as movimentações;
  • Telemetria: tecnologia que monitora tanto a carga quanto o veículo, mostrando informações mais detalhadas como velocidade e rota utilizada.

Existem diversos rastreadores disponíveis no mercado, mas, o cuidado com situações de risco deve abranger toda a cadeia logística e as pessoas envolvidas nela, assim se faz necessário o investimento em compliance.

Compliance e o gerenciamento dos riscos de roubo de cargas

Já parou para pensar que muitos casos de corrupção e fraudes começam dentro da própria organização? É comum que as quadrilhas especializadas em roubar cargas recebam ajuda de funcionários de má-fé da empresa-alvo, os quais repassam informações confidenciais para facilitar a abordagem por parte dos criminosos. 

Infelizmente casos como esses não se limitam ao segmento de transporte, muitos outros setores sofrem deste mesmo problema. Imagine alguém que trabalha em um meio financeiro. Diariamente essa pessoa pode ter acesso a dados sigilosos que, se caírem em mãos erradas, podem trazer sérios problemas para a instituição.

Por essa razão, cada vez mais as empresas estão investindo em programas de conformidade com intuito de prevenir, identificar e punir todo e qualquer ato ilícito.

Dentre as principais práticas realizadas, pode-se destacar:

  • O estabelecimento de um Código de Conduta Ética: documento onde constam normas e princípios que todos da empresa devem seguir;
  • A criação de um Canal de Denúncias: instrumento para identificar eventuais irregularidades que estejam acontecendo;
  • A realização de Checagem de Terceiros: investigar todos que estejam ligados direta ou indiretamente com a empresa a fim de verificar se tudo está em conformidade;
  • O monitoramento periódico dos funcionários: acompanhar o perfil do colaborador em fontes relevantes.

Especialmente no caso das transportadoras, por exemplo, conhecer bem quem são os motoristas e realizar uma análise profunda da sua vida pregressa, é, sem dúvidas essencial, e esse processo de investigação pode começar antes mesmo da contratação.

Nesse sentido, a implementação ou o aperfeiçoamento de práticas como background check é fundamental, uma vez que fornecem dados importantes para análise e tomada de decisão de risco.

Em outras palavras, a prevenção aos roubos de cargas envolve muito mais que apenas rastreadores, requer uma mudança na cultura da empresa, uma monitoria contínua e a implementação de práticas de compliance.

Saiba mais sobre background check

No decorrer do conteúdo, foi comentado o quão importante é implementar ou aprimorar o processo de background check em empresas de logística e transporte. Em nosso blog, temos um artigo bem completo falando sobre este tema.

Você pode conferi-lo clicando aqui: Background check: o que é, quais os tipos e como aplicar na sua empresa

Além disso, produzimos um checklist para que você conheça cada uma das etapas da investigação de candidatos que podem ser realizadas antes das contratações. Para acessar este material gratuitamente, clique no banner abaixo e preencha o formulário!

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Gabriela B. Maluf é Founder & CEO da Thebesttype, empreendedora, escritora, advogada com 18 anos de experiência, especialista em Compliance Trabalhista, Relações Trabalhistas, Sindicais e Governamentais, Direito Público e Previdenciário, palestrante com mais de 200 eventos realizados e produtora de conteúdo técnico otimizado em SEO para sites e blogs.