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GRC (governança, risco e compliance): o que é e como colocar em prática?

Atualizado em 6 de agosto de 24 | Geral  por

Gabriela de Britto Maluf

Imagem de uma pessoa utilizando um tablet representando o trabalho de GRC.

A sigla GRC trata da integração de três grandes áreas da gestão de uma empresa: governança, riscos e compliance. A integração desses três pilares visa otimizar os controles, evitando redundâncias e conflitos nos processos de tomada de decisão.

A complexidade da gestão empresarial é mais bem atendida por modelos que integram os diversos campos fundamentais para o planejamento estratégico. Dessa forma, é possível assegurar que todos os processos sejam pensados para atingir os mesmos objetivos, aprimorando a condução dos negócios.

Segundo especialistas da Fundação Dom Cabral, o “G” de governança é um fator indispensável para que haja equilíbrio de interesses entre stakeholders por meio da definição e implementação de estruturas estratégicas de tomada de decisão que atribuam responsabilidades e gerem transparência nas operações da empresa.

Para entender o que é GRC, como ele se implementa e as vantagens de adotar o modelo, acompanhe este artigo na íntegra!

O que é GRC?

A integração dos processos de Governança, Riscos e Compliance é denominada GRC. O propósito de fazer a gestão integrada dessas variáveis é garantir a uniformidade de processos, unificar controles e evitar visões conflitantes quanto aos valores da empresa.

Os profissionais de GRC trabalham para apoiar a gestão empresarial, alinhando os objetivos do planejamento estratégico para que este sirva aos propósitos de atingir altos níveis de governança, mitigação de riscos e compliance.

O que significa governança?

A primeira parte da sigla se refere à governança. Trata-se de uma forma de estabelecer, previamente e com clareza, como funciona a divisão de responsabilidades, como é feita a tomada de decisão e quais são as políticas e procedimentos em cada situação.

O objetivo da implementação de processos de governança corporativa é aumentar a transparência na condução dos negócios. Assim, a empresa é gerida de forma profissional, alinhada aos objetivos do negócio, sem se render aos interesses de cada um dos gestores.

O que quer dizer gestão de riscos?

Sob o ponto de vista dos riscos empresariais, a GRC buscará os elementos que possam dificultar o atingimento dos objetivos da empresa. A ideia é que a gestão se antecipe aos problemas, criando planos de ação estratégica para prevenir incidentes, mitigar riscos ou superar obstáculos.

Quando falamos de riscos, podemos tratar de qualquer fator, interno ou externo, que possa impactar na empresa. A ideia é identificar quais elementos estratégicos ou operacionais podem atrapalhar o desempenho da empresa, criando planos de contingência para os riscos identificados.

Leia também: Mitigação de riscos: 10 formas de reduzir a exposição da sua empresa.

O que significa compliance?

O último item da sigla GRC é compliance, ou conformidade. Trata-se de uma palavra que vem do inglês “to comply”, significando que a empresa está de acordo com as normas, internas e externas. Trabalhar na gestão de compliance significa criar processos para garantir que a empresa está seguindo as boas práticas em todos os campos de sua atuação.

Cabe ao departamento de compliance na empresa estabelecer as diretrizes, normas e condutas, bem como implementar mudanças, acompanhar indicadores e receber denúncias. O trabalho é multidisciplinar por natureza, podendo envolver profissionais do meio jurídico, técnico, de recursos humanos, contabilidade, bem como outras áreas estratégicas da empresa.

Leita também: Compliance: o que é, quais os tipos e como aplicá-lo na sua empresa?

Qual a importância de investir em GRC?


Trabalhar a gestão de governança, riscos e compliance de forma conjunta e integrada é recomendável por diversos motivos. Em primeiro lugar, porque assegura a uniformidade de processos, evitando a realização de controles e trabalhos duplicados. 

Outra vantagem de aplicar a metodologia GRC é a possibilidade de alinhar a gestão com as prioridades estratégicas do negócio. Como o trabalho se torna mais eficiente, a empresa evita custos desnecessários, permitindo que o trabalho alcance maior qualidade.

Como colocar GRC em prática na empresa?

Como toda mudança de processos gerenciais, a implementação da GRC leva tempo. Uma boa prática durante todo o processo é a documentação detalhada dos processos, projetos e mudanças. Assim, será possível analisar o progresso da empresa com base em dados reais, para tomada de decisões mais precisas sobre os próximos passos.

O primeiro momento envolve a revisão de todo o trabalho da empresa pela ótica GRC, ou seja, verificar todos os pontos relativos à governança, riscos e compliance. Tudo o que for identificado durante a análise deverá ser levado ao conhecimento das instâncias decisórias da empresa.

Deverá ser criado, a partir das informações obtidas, um plano de ação para implementar novas políticas, criar mecanismos de controle e aprimorar processos. A ideia aqui é que seja atingido o maior nível de aprimoramento em termos de governança, riscos e compliance possível. Em alguns casos, será interessante contar com parâmetros técnicos específicos, como certificações, para que haja métricas padronizadas de avaliação dos processos.

Quando já houver clareza sobre todos os passos necessários para integrar a gestão de GRC, é hora de comunicar os valores e objetivos a todos os empregados. As mudanças e aprimoramentos, na maioria das vezes, envolvem a alteração da cultura corporativa, criação de novos processos e procedimentos. Por essa razão, é importante que todo o time entenda os motivos para a implementação das mudanças, sendo fundamental a capacitação constante.

Por fim, é importante lembrar que a empresa é uma entidade viva, que interage com as constantes mudanças do mercado, da economia, da legislação, dentre outros. Por isso, os profissionais responsáveis pela GRC continuarão atuando para o constante aprimoramento e adaptação dos processos da empresa.

É importante se manter em dia com a coleta e avaliação de indicadores de desempenho, além de se atentar para eventuais mudanças de paradigma, como ocorreu com a entrada em vigor da LGPD, por exemplo.

Leita também: LGPD: tudo que você precisa saber sobre o tema

Quem é o responsável pelo GRC?

O responsável pelo GRC (Governança, Riscos e Compliance) geralmente é o Chief Compliance Officer (CCO) ou o Chief Risk Officer (CRO). No entanto, a responsabilidade varia conforme a estrutura organizacional, de forma que outros profissionais podem ser responsáveis, são eles:

  • Diretores de governança: focados em garantir que as políticas e práticas estejam alinhadas aos objetivos estratégicos da empresa;
  • Equipes de auditoria interna: que avaliam e monitoram a conformidade com as normas e regulamentos;
  • Gestores de riscos: que identificam, analisam e mitigam riscos.

Vale frisar que a implementação eficaz do GRC requer a colaboração entre diferentes departamentos, como jurídico, finanças, TI e recursos humanos.

O que é um mapa de capacidade de GRC?

O mapa de capacidade de GRC é o sistema de avaliação da capacidade da empresa para realizar revisões estratégicas e táticas, tomar decisões relativas a negócios, indústria, mercado, requisitos regulatórios e operacionais, limites de controle e demais requisitos com os quais a empresa está em conformidade.

Trata-se de uma representação visual que descreve as diferentes áreas e componentes da governança, riscos e compliance (GRC) dentro de uma organização e fornece uma visão geral dos elementos-chave da GRC e como eles se relacionam entre si.

O objetivo principal de um mapa de capacidade de GRC é ajudar a identificar, planejar e priorizar as iniciativas e esforços relacionados ao GRC dentro da organização, permitindo que as partes interessadas compreendam a complexidade do ambiente de GRC, identifiquem lacunas e definam uma estratégia abrangente para melhorar a governança, gerenciar riscos e promover a conformidade.

O mapa de GRC serve como uma ferramenta valiosa para planejar, comunicar e melhorar as práticas de GRC, fornecendo uma visão holística e orientando as ações necessárias para fortalecer o sistema em toda a organização.

Quais áreas envolvem o mapa de capacidade?

Um mapa de capacidade de GRC abrange algumas áreas-chave como a estrutura de governança, os órgãos de governança (como conselhos e comitês), políticas e diretrizes, gestão de desempenho e responsabilidade corporativa.

Engloba também a gestão de riscos, ou seja, a identificação, avaliação, mitigação e o monitoramento dos riscos em toda a organização, bem como a definição de estratégias de gestão de riscos, análise de riscos, implementação de controles e planos de continuidade de negócios.

Envolve ainda a área compliance, que se refere ao cumprimento das leis, regulamentos e normas relevantes para a organização e o estabelecimento de políticas de conformidade, monitoramento do cumprimento, treinamento e conscientização dos funcionários, bem como o gerenciamento de auditorias e investigações.

Estende-se à cultura ética e de integridade dentro da organização com a definição de padrões de conduta, políticas anticorrupção, canais de denúncia e programas de educação em ética.

Por fim, outra área relevante é a de monitoramento, que são os processos de monitoria contínua, relatórios de conformidade, auditorias internas e externas, divulgação de informações e transparência.

Quais são os principais desafios nessa implementação?

A implementação efetiva da governança, risco e compliance (GRC) envolve diversos desafios, a começar por sua complexidade e abrangência. Isso porque o ambiente de GRC abrange várias áreas, regulamentações, políticas e processos. Coordenar e integrar todos esses aspectos é um grande desafio, especialmente em organizações de grande porte.

Implementar práticas de GRC requer mudanças culturais, comportamentais e organizacionais, e quando se fala em mudança de cultura, a resistência dos colaboradores e demais stakeholders, sem dúvida é um desafio, especialmente quando as práticas de GRC são percebidas como excesso de burocracia ou interferência negativa no que estava “funcionando bem” até agora.

Além disso, a implementação eficaz de GRC requer altos investimentos em termos de recursos financeiros, tecnológicos e humanos. A falta de recursos adequados, tanto em termos de orçamento quanto de expertise especializada, é um desafio para a implementação e a manutenção de práticas robustas.

Vale frisar ainda que diferentes partes interessadas apontam objetivos e prioridades conflitantes em relação à GRC. Por exemplo, a equipe de gerenciamento de riscos pode ter foco na minimização de riscos, enquanto a equipe de vendas pode priorizar a maximização dos resultados. Alinhar esses objetivos e equilibrar as diferentes perspectivas representa um dos desafios a serem enfrentados.

Por outro lado, garantir a eficácia contínua das práticas de GRC requer monitoramento regular, avaliação de desempenho e melhoria contínua. No entanto, muitas organizações enfrentam desafios em estabelecer sistemas de monitoramento robustos, obter dados confiáveis e implementar ações corretivas adequadas.

Outro ponto que representa um desafio, é que o cenário regulatório e de conformidade está em constante evolução, e manter-se atualizado e adaptar as práticas de GRC às mudanças regulatórias pode ser um desafio significativo, especialmente para organizações que operam em vários mercados ou setores.

Podemos citar ainda como desafio a ser enfrentado para implementação bem-sucedida de práticas de GRC a comunicação eficaz e conscientização em toda a organização. As partes interessadas devem entender a importância da GRC, seus papéis e responsabilidades, e como as práticas afetam suas atividades diárias.

Superar esses desafios requer comprometimento da alta administração, recursos adequados, engajamento das partes interessadas, treinamento e conscientização, e uma abordagem sistemática.

Como a tecnologia pode ajudar na gestão de GRC das empresas?

As avaliações de riscos empresariais envolvem a análise de uma série de informações, com grande volume de dados. A melhor forma de fazer essas análises é investir em controles automatizados, que permitam a visualização intuitiva das informações, agilizando a rotina dos profissionais de compliance.

A quantidade de fontes de pesquisa torna praticamente impossível fazer o controle de dados manualmente. Contar com o apoio de ferramentas tecnológicas específicas para o trabalho de gestão GRC aumenta a efetividade das pesquisas, reduzindo o tempo para obter informações e analisar resultados de buscas.

Adotar uma plataforma de compliance para centralizar todas as pesquisas feitas em processos de due diligence, background check e consultas diversas é uma boa prática para quem quer unificar processos.

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Quais são as ferramentas de GRC mais usadas?

As ferramentas de GRC são aplicações de software utilizadas para gerenciar políticas, avaliar riscos e garantir conformidade. Elas permitem às empresas supervisionar políticas e manter-se atualizadas sobre mudanças regulatórias, promovendo a colaboração entre diferentes unidades de negócios em uma única plataforma.

Além disso, elas facilitam a auditoria interna, simplificando processos e aumentando a precisão. O gerenciamento de usuários, por exemplo, é um aspecto importante, pois permite controlar o acesso a informações, para que apenas as partes autorizadas tenham acesso aos recursos necessários.

Já para a segurança cibernética, o software de gerenciamento de eventos e informações (SIEM) é muito utilizado pois detecta ameaças e ajuda a cumprir regulamentos de privacidade. Por fim, ferramentas de auditoria são utilizadas para avaliar a eficácia do framework de GRC, permitindo comparações entre desempenho real e objetivos estabelecidos, além de promover melhorias contínuas.

As ferramentas de GRC mais usadas são:

  1. Softwares de GRC: para supervisão de políticas, gestão de riscos e garantia de conformidade;
  2. Software de gerenciamento de usuários: para controlar o acesso a informações;
  3. Software de informações de segurança e gerenciamento de eventos (SIEM): para detectar ameaças à segurança cibernética;
  4. Ferramentas de auditoria: para avaliar a eficácia das atividades integradas de GRC.

Essas ferramentas ajudam a otimizar os processos de governança, risco e compliance dentro das empresas. Leia também: Entenda o que são riscos cibernéticos e como a sua empresa pode se proteger

Como as soluções da upLexis podem ajudar nas práticas de GRC?

Somos especializados na coleta e estruturação de grandes volumes de dados. Por meio da plataforma upMiner, hoje fazemos parte do dia a dia de centenas de empresas otimizando práticas de gestão de riscos e compliance, como due diligence e background check.

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Gabriela B. Maluf é Founder & CEO da Thebesttype, empreendedora, escritora, advogada com 18 anos de experiência, especialista em Compliance Trabalhista, Relações Trabalhistas, Sindicais e Governamentais, Direito Público e Previdenciário, palestrante com mais de 200 eventos realizados e produtora de conteúdo técnico otimizado em SEO para sites e blogs.