ESG na cadeia de suprimentos: monitoramento para mitigar riscos ambientais
Atualizado em 9 de abril de 25 | Geral por
A demanda corporativa por transparência, responsabilidade e comprometimento com as práticas ESG (Ambiental, Social e Governança) cresce ano a ano. Nesse contexto, é urgente acompanhar de perto os riscos socioambientais de todas as etapas da fabricação à entrega dos produtos, aplicando com sucesso o ESG na cadeia de suprimentos.
Vale destacar que os investidores, reguladores e consumidores estão cada vez mais exigentes, impulsionando a necessidade de conformidade com normas e compromissos ESG. Não por acaso, gerenciar essas questões com eficiência é indispensável para organizações de todos os segmentos.
As regulamentações socioambientais mais rígidas estão em vigor em diversas regiões, tornando o não cumprimento dessas normas um fator de risco para empresas, administradores e acionistas. Afinal, as penalidades são severas e impõem um ônus tanto para a operação quanto para a credibilidade da organização.
O exemplo da União Europeia: aprovação de mais uma lei ESG
Recentemente, o portal da CNN divulgou que o Parlamento Europeu aprovou uma legislação que exige que empresas de todos os setores que mantêm relações comerciais com a União Europeia realizem a verificação de suas cadeias de valor.
Conhecida como “Diretiva de Due Diligence de Sustentabilidade Corporativa” e com a sigla CS3D (relacionada ao acrônimo CSDDD), a legislação abrange todo o ciclo de vida do produto ou serviço, desde a extração de matérias-primas até sua distribuição, venda e marketing. Com a norma, passou-se a exigir a implementação de indicadores ambientais, sociais e de governança (ESG), com ênfase em violações relacionadas aos direitos humanos e ao meio ambiente.
Assim, as empresas com mais de mil funcionários e faturamento global superior a 450 milhões de euros deverão auditar seus fornecedores quanto a práticas como desmatamento ilegal, impactos sobre a biodiversidade, trabalho escravo e trabalho infantil. Segundo especialistas, a lei poderá gerar um efeito multiplicador, afetando desde as grandes corporações até os pequenos negócios, com um potencial transformador difícil de medir.
Desse modo, as práticas éticas e sustentáveis devem fazer parte de cada etapa do processo de negócios, e isso passa, inevitavelmente, pela gestão de fornecedores. Somente com esse controle é possível ter mais transparência, rastreabilidade e credibilidade em toda a cadeia de valor.
Por outro lado, sabemos que os líderes das áreas de ESG, suprimentos e compliance precisam lidar diariamente com gargalos, como a dificuldade de obter informações detalhadas sobre parceiros comerciais e a incerteza quanto ao cumprimento de padrões ambientais, sociais e de governança.
A seguir, respondemos dúvidas frequentes sobre o tema e reunimos informações indispensáveis sobre o ESG na cadeia de suprimentos com foco em monitorar e na reduzir os riscos socioambientais. Prossiga a leitura e confira!
Quais são os objetivos do ESG quanto ao aspecto ambiental?
Nesse campo de atuação, o ESG tem como principal objetivo fazer com que as empresas adotem práticas sustentáveis e minimizem seus impactos no meio ambiente. Isso envolve a redução da emissão de poluentes, a gestão eficiente de resíduos, o uso responsável de recursos naturais e a adoção de processos produtivos mais sustentáveis.
A preservação da biodiversidade e a adaptação às mudanças climáticas também fazem parte dessa agenda. Atualmente, as empresas que incorporam critérios ambientais à sua estratégia buscam, principalmente, atender a regulamentações cada vez mais rigorosas e reduzir riscos operacionais e financeiros ligados a danos ambientais.
Além disso, as práticas ambientais responsáveis fortalecem a reputação da empresa no mercado e aumentam sua atratividade para investidores, consumidores e parceiros de negócios que priorizam organizações comprometidas com a sustentabilidade.
O que é uma cadeia de suprimentos sustentável?
Para que uma cadeia de suprimentos seja considerada sustentável, ela precisa estar estruturada de modo a minimizar os impactos ambientais e sociais em todas as etapas do processo produtivo, desde a extração de matérias-primas até a entrega do produto final. Isso envolve diversas ações, desde a escolha de fornecedores que adotam práticas responsáveis, redução de refugo e outras formas de desperdício, o uso eficiente de recursos naturais até a mitigação de emissões de carbono.
Além dos aspectos ambientais, a cadeia de suprimentos sustentável também considera condições de trabalho justas, respeito aos Direitos Humanos e conformidade com normas e contratos.
A tecnologia é uma aliada neste processo, permitindo maior rastreabilidade e controle sobre fornecedores e parceiros. De fato, a gestão estruturada permite que a cadeia produtiva esteja alinhada a padrões ESG, tornando suas operações mais resilientes e competitivas no longo prazo.
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Como as práticas ESG impactam a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental da empresa?
As práticas ESG integram os aspectos ambientais, sociais e de governança nas suas operações e decisões estratégicas. Isso se traduz na adoção de processos mais eficientes, redução de desperdícios, controle de emissões e uso responsável de recursos naturais, o que contribui diretamente para a preservação do meio ambiente.
Vale ressaltar que, ao implementar práticas ESG, a empresa reduz o impacto socioambiental, gera maior transparência e credibilidade perante consumidores, investidores, stakeholders e shareholders. Em outras palavras, os investidores que priorizam as organizações comprometidas com a sustentabilidade estarão mais interessados. A empresa, é claro, também passa a atender a regulamentações mais rigorosas, evitando tanto riscos legais, quanto financeiros.
Além disso, a cultura de responsabilidade ambiental dentro da empresa tende a se refletir em toda a cadeia de suprimentos, incentivando fornecedores e parceiros a adotar práticas similares. Isso cria um efeito multiplicador positivo, ampliando o impacto sustentável e consolidando a posição da empresa como líder em práticas ambientais responsáveis.
ESG na cadeia de suprimentos: quais as práticas voltadas para o monitoramento socioambiental de fornecedores?
No quesito socioambiental, as práticas ESG voltadas para o monitoramento de fornecedores visam fazer com que a cadeia de suprimentos atenda aos critérios de sustentabilidade e responsabilidade social, alinhando-se aos valores da empresa.
Algumas das práticas mais utilizadas são:
Avaliação de riscos socioambientais
Realizar auditorias e avaliações periódicas sobre o impacto ambiental e social dos fornecedores, identificando riscos relacionados à exploração de recursos naturais, condições de trabalho, Direitos Humanos e conformidade com legislações ambientais e sociais.
Conformidade com normas ambientais e trabalhistas
Estabelecer requisitos claros para que os fornecedores atendam a normas e regulamentações ambientais, trabalhistas e de Direitos Humanos.
Rastreabilidade
Implementar ferramentas que permitam a rastreabilidade das práticas socioambientais ao longo da cadeia de suprimentos, desde a extração de matérias-primas até a entrega do produto final para facilitar o monitoramento e a identificação de eventuais falhas.
Redução da emissão de carbono
Incentivar os fornecedores a adotar medidas para reduzir emissões de carbono, utilizar energia renovável e minimizar o desperdício de recursos naturais e materiais.
Due Diligence de fornecedores
Estabelecer uma política de compras que priorize fornecedores com fortes compromissos ambientais e sociais, dando preferência àqueles que demonstram um alinhamento com os valores e objetivos sustentáveis da empresa.
Design Sustentável
Incentivar os fornecedores a investir em inovação, desenvolvendo produtos e processos mais sustentáveis com design de produtos mais duráveis, com menos desperdício durante a produção e que possam ser reciclados ou reutilizados ao final de seu ciclo de vida.
Certificações
Adotar e exigir certificações como ISO 14001 (gestão ambiental), ISO 26000 (responsabilidade social), Fair Trade, entre outras, para que os fornecedores estejam alinhados com as melhores práticas de sustentabilidade.
Envolvimento da comunidade
Buscar o engajamento com as comunidades locais para incentivar a adoção de práticas de desenvolvimento sustentável, criar oportunidades de emprego e implementar ações para que as atividades da cadeia de suprimentos não causem danos sociais ou ambientais às populações envolvidas.
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Qual o impacto de uma cadeia de suprimentos sustentável em relação à responsabilidade ambiental?
A cadeia de suprimentos sustentável tem um impacto direto e positivo na responsabilidade ambiental, pois orienta as operações da empresa a minimizar os danos ao meio ambiente em todas as suas etapas. Adotar práticas mais eficientes e conscientes reduz a pegada ecológica e, consequentemente, contribui para a preservação dos recursos naturais.
Além disso, a sustentabilidade na cadeia de suprimentos resulta na diminuição das emissões de gases de efeito estufa, uma vez que os processos produtivos são otimizados e priorizam tecnologias limpas. A escolha de fornecedores comprometidos com a gestão ambiental reduz a poluição, tanto no nível da produção quanto no transporte de mercadorias, o que impacta diretamente na diminuição dos efeitos das mudanças climáticas.
Outro aspecto relevante é o uso mais eficiente dos recursos naturais. Há uma redução do desperdício de água, energia e matérias-primas. Com isso em mente, é preciso integrar práticas como a economia circular para reutilização de materiais e reciclagem, diminuindo a dependência de novos recursos e evitando o esgotamento de fontes naturais.
Em termos de biodiversidade, a responsabilidade ambiental se traduz em práticas que visam a proteção de ecossistemas e a preservação da fauna e flora. De fato, priorizar fornecedores que respeitam as normas ambientais e evitam áreas de risco ecológico, entre outras ações, contribui para o equilíbrio dos ecossistemas.
Conclusão
Fomentar o ESG na cadeia de suprimentos, promovendo processos sustentáveis em todo o ciclo de produtos, contribui diretamente para a responsabilidade ambiental.
Nesse sentido, o comprometimento com as práticas ambientais, sociais e de governança reduz os impactos negativos das operações empresariais no meio ambiente, favorecendo a conservação e o uso responsável dos recursos naturais.