Auditoria interna: entenda a sua importância para as organizações
Atualizado em 21 de março de 24 | Geral por
A auditoria interna é uma ferramenta consolidada no mundo empresarial. É considerada uma prática eficiente para avaliar o ambiente interno da empresa. Por meio dela, é possível analisar processos e fornecer dados e métricas da empresa.
Além disso, é utilizada para ampliar a visão dos gestores acerca do momento atual do negócio. Neste artigo, abordaremos diversos aspectos importantes sobre auditoria interna.
Acompanhe e fique por dentro!
O que é auditoria interna?
A origem da palavra “auditoria” está no verbo em inglês “to audit”. Traduzindo para o português, significa “auditar, examinar, ajustar, certificar”. Em geral, auditorias são usadas para examinar cuidadosamente as atividades desenvolvidas por empresas.
No Brasil, a diretriz utilizada para auditorias de qualquer sistema de gestão é a ISO 19011:2018. Essa norma define auditoria como um processo sistemático, independente e documentado. Por meio dele, obtêm-se evidências objetivas acerca dos critérios de auditoria.
A auditoria interna é uma ferramenta desenvolvida para agregar valor e melhorar as operações de uma organização. Com base na definição dada pelo o Instituto dos Auditores Internos do Brasil, "a auditoria interna é uma atividade independente e objetiva de avaliação e consultoria".
Essa prática possui uma abordagem sistemática e disciplinada e, assim, auxilia a organização a atingir seus objetivos. É fundamental para a melhoria da eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, controle e governança.
Quais são os objetivos da auditoria interna?
Em linhas gerais, os objetivos das auditorias interna são:
- Aumentar e proteger o valor organizacional;
- Fornecer avaliação (assurance);
- Prestar assessoria (advisory) e insights objetivos baseados em riscos;
- Identificar não conformidades e oportunidades de melhoria;
- Obter e manter a confiança dos clientes;
- Garantir a conformidade da empresa com leis, regulamentos, normas e controles internos;
- Identificar fraudes, corrupção e irregularidades.
Além disso, a realização de auditorias internas é eficiente para a verificação do cumprimento de metas e indicadores. Assegurando, assim, a continuidade das atividades e otimização dos processos internos.
Princípios da auditoria interna
Para cumprimento dos objetivos, os auditores internos devem observar e seguir algumas diretrizes. A ISO 19011:2018, estabelece alguns princípios. São eles:
- Abordagem Baseada em Riscos (ABR);
- Integridade;
- Apresentação justa;
- Devido cuidado profissional;
- Confidencialidade;
- Independência;
- Abordagem Baseada em Evidências.
A adesão a esses princípios é fundamental para o fornecimento de conclusões relevantes e suficientes após o processo de auditoria.
Quais são as diferenças entre auditoria interna e externa?
Há algumas diferenças importantes entre esses tipos de auditoria. Confira a seguir:
Quem é o profissional que conduz o processo?
A auditoria interna é realizada por profissionais que fazem parte da própria empresa. Enquanto a auditoria externa é conduzida por um auditor externo, profissional que não possui vínculo com a organização.
Como as auditorias são classificadas?
A norma ISO 19011:2018 considera a auditoria interna como uma auditoria de 1ª parte. Ou seja, a organização é responsável por auditar seu próprio sistema de gestão. Já a auditoria externa é considerada como de 3ª parte.
Isto significa que nessa modalidade a organização será auditada por um grupo de auditores independentes. Nesse caso, a auditoria pode ser estatutária, regulatória ou similar. Pode também ter o propósito de obter uma certificação ou acreditação.
Qual o escopo de trabalho?
A auditoria interna visa avaliar a eficiência dos processos e controles internos. Já a auditoria externa é somente contábil. Ou seja, concentra-se na verificação da adequação da empresa às Normas Brasileiras de Contabilidade.
Com a análise das demonstrações contábeis da organização é possível identificar possíveis falhas e desvios financeiros.
Sendo assim, os auditores externos devem, obrigatoriamente, possuir registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). Além disso, para que a avaliação seja independente e imparcial, os auditores externos também devem ser registrados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Quais são as atribuições da auditoria interna?
As atribuições da auditoria interna são amplas e abrangem diferentes áreas da organização. Algumas de suas principais atividades são:
- Avaliação dos processos e controles internos: verificação da eficácia dos processos e controles implementados. Busca garantir a precisão, confiabilidade e segurança das operações da empresa;
- Identificação de riscos: auxílio na identificação de riscos e vulnerabilidades nos processos e operações. Essa atividade permite que a empresa adote medidas preventivas para mitigação dos riscos;
- Garantia de conformidade: análise de conformidade dos controles internos da empresa. Essa atribuição auxilia a empresa a evitar problemas legais e operacionais;
- Avaliação do desempenho: análise do desempenho dos setores da organização. Assim, a empresa possui embasamento para a tomada de decisões estratégicas;
- Apoio à governança corporativa: auxilia a alta administração a supervisionar e monitorar as atividades da empresa de forma ética e transparente.
Quem pode fazer uma auditoria interna?
A auditoria interna pode ser feita por um auditor ou uma equipe de auditores. A equipe pode ser composta por funcionários da própria organização. Os profissionais devem demonstrar expertise na área ou serem treinados para tal função. Os auditores devem possuir o conhecimento e as habilidades necessárias para alcançar os objetivos da auditoria.
Caso prefira, a empresa pode contratar profissionais de empresas especializadas para essa finalidade. Nesse caso, esses devem assegurar a imparcialidade das atividades. De acordo com a ISO 19011:32018, os auditores devem ter conhecimento específico sobre a organização.
Há algumas atividades essenciais para a boa condução da auditoria. Cabe ao auditor planejar e coordenar todas as ações, tais como:
- Definir os objetivos, escopo e critérios da auditoria;
- Identificar riscos ao processo;
- Confeccionar o plano de auditoria. É recomendável que este documento contenha todos pontos que devem ser auditados a fim de ajudar o auditor a gerenciar o processo.
É importante frisar que o foco do trabalho do auditor é a otimização, simplificação e adequação dos processos e controles internos. A auditoria interna é sobre o processo, não sobre as pessoas.
A responsabilização das pessoas por eventuais falhas identificadas não é uma atividade do auditor interno.
Qual a importância e os benefícios da auditoria interna?
Diante da amplitude da atuação da auditoria interna, sua importância está na garantia da integridade e transparência nas operações de uma organização.
Dessa forma, a auditoria interna proporciona diversas vantagens às empresas, tais como:
- Possibilidade de identificar oportunidades de melhoria;
- Analisar processos internos para identificação de falhas e ineficiências;
- Aprimorar os procedimentos internos e alcançar maior eficiência operacional;
- Garantir o cumprimento dos controles internos;
- Evitar desvios de conduta e assegurar a consistência das operações;
- Identificar, prevenir e mitigar riscos;
- Promover a transparência;
- Realizar GAP analysis a fim de manter certificações, como a ISO 27.001.
Quais são os tipos de auditoria interna?
Existem vários tipos de auditoria interna. Cada modalidade está focada em uma área específica da organização. Os principais tipos são:
Auditoria contábil
Responsável por analisar a documentação contábil, como balancetes, notas fiscais e extratos bancários. Resulta na avaliação da precisão e confiabilidade das informações financeiras e assegura a correta gestão do patrimônio da empresa.
Auditoria operacional
O auditor acompanha a rotina da empresa. Por meio dela, é possível analisar a performance operacional. Nessa modalidade, são observados aspectos como a eficiência e eficácia das operações.
Ao final, o auditor pode propor melhorias nos processos internos da organização.
Auditoria de sistemas de informação
Também conhecida como auditoria de riscos tecnológicos, tem o objetivo de analisar o sistema informatizado e digital da empresa. O foco é o setor de T.I. Por meio dela, verifica-se a segurança e o êxito dos sistemas de informação adotados.
Diferencia-se do pentest (teste de intrusão), na medida em que este é feito com a realização de testes de vulnerabilidade dos sistemas digitais.
Auditoria de qualidade
Existem diferentes formas de aplicação dessa modalidade. A principal delas verifica a aderência ao Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Avalia o cumprimento de normas técnicas, como a ABNT NBR ISO 9001.
Auditoria ambiental
É o instrumento de gestão para avaliação do comportamento de uma empresa em relação ao meio ambiente. A auditoria visa constatar a existência de possível passivo ambiental.
Também é responsável por analisar a conformidade da organização em relação às leis e regulamentações dessa área.
Auditoria de gestão
Neste caso, contribui para o aprimoramento da gestão dos riscos existentes nos processos de trabalho da organização. O foco é a gestão geral da empresa, verificando se as estratégias e objetivos estão sendo alcançados de forma eficiente.
Quando é recomendado fazer uma auditoria interna?
Para manter os benefícios apontados, recomenda-se que as auditorias internas sejam feitas periodicamente. A realização periódica assegura a contínua adequação, pertinência e eficácia da organização às normas e controles internos.
Em geral, as auditorias internas são conduzidas anualmente. Contudo, a periodicidade pode variar. De acordo com a complexidade das operações da empresa e dos riscos envolvidos, as auditorias podem ocorrer em intervalos mais curtos. Áreas mais críticas ou momentos de mudanças significativas na empresa podem demandar auditorias a cada 3 meses ou 6 meses, por exemplo.
A norma ISO 27.001, responsável pelo Sistema de Gestão de Segurança da Informação, por exemplo, determina que as organizações realizem auditorias internas em intervalos planejados.
De acordo com essa norma, é interessante definir o intervalo de auditorias por meses e não por ano/semestre. Por exemplo: a auditoria interna da ISO 27.001 será realizada 1 (uma) vez a cada 12 meses. Assim ocorrerá o melhor aproveitamento das auditorias internas.
Conclusão
Para se obter sucesso e crescimento sustentável é necessário fazer uma avaliação sistemática e periódica das atividades. Dessa forma, a realização de auditorias internas é amplamente reconhecida como uma prática essencial no mundo corporativo, em razão dos resultados que ela traz.
Por meio da utilização dessa prática, é possível garantir a eficiência operacional e a conformidade legal e regulatória da empresa. Ela também é fundamental para a gestão adequada dos riscos.
Portanto, estabelecer um programa e cronograma de auditorias interno é valioso para as empresas.
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Bárbara Guido é mineira, advogada pela UFJF e estudante de Jornalismo na UFOP. Apaixonada por comunicação, atua como analista de governança corporativa e redatora de conteúdo jurídico e técnico para sites e blogs.