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Risco operacional: tudo que você precisa saber sobre o tema

Atualizado em 17 de janeiro de 24 | Geral  por

Gabriela de Britto Maluf

O risco operacional é um fator inerente à atividade empresarial, e deve ser tratado como tal. Por esse motivo, cada vez mais as empresas têm se conscientizado que a implementação de processos de gerenciamento de riscos em suas operações é fundamental.

Assim, o risco operacional consiste na possibilidade de perdas resultantes de inadequações nos processos internos, e, por esse motivo, é um tipo de risco associado às operações diárias de uma organização e está relacionado a fatores que podem impactar adversamente sua capacidade de conduzir negócios de maneira eficiente.

Neste artigo, exploraremos as informações mais relevantes sobre o tema. Continue a leitura e saiba tudo que você precisa saber sobre risco operacional!

O que é um risco operacional?

O risco operacional é a possibilidade de falhas nos processos internos da empresa que acarretam prejuízos, seja pela perda da qualidade ou de matéria prima, geração de refugo, ocorrência de acidentes e outras inúmeras situações. Na realidade, esses riscos podem estar relacionados não apenas aos processos em si, mas a pessoas, sistemas ou eventos externos.

Em outras palavras, as organizações estão vulneráveis a dois tipos de riscos, o primeiro é o risco operacional em si, que consiste em falhas decorrentes de processos, pessoas e sistemas.

Mas há ainda os chamados eventos de risco operacional, que advém de fatores externos, como adoção de práticas inadequadas por parte de clientes e fornecedores, por exemplo.

Qual a classificação do risco operacional?

O risco operacional pode ser classificado em três grupos distintos: risco organizacional, risco de operação e risco pessoal. O risco organizacional surge de deficiências na estrutura, e muitas empresas, ao ingressarem no mercado, negligenciam a importância de um planejamento a longo prazo.

No entanto, é preciso que as instituições se estabeleçam sobre bases sólidas, com transparência em todos os processos, a fim de garantir a sobrevivência do negócio e a prontidão para enfrentar desafios futuros. O risco de operação está relacionado a falhas nos sistemas, resultantes tanto de problemas técnicos quanto de brechas de segurança.

Por fim, o risco pessoal envolve o capital humano da organização. Conheça agora os eventos de risco operacional mais comuns:

  • Danos a ativos físicos;
  • Ajuizamento de reclamações trabalhistas decorrentes de acidentes por falha na segurança do local de trabalho, que expõem o colaborador a riscos que poderiam e deveriam ser evitados;
  • Falhas no cumprimento dos prazos e gerenciamento de atividades;
  • Falhas tecnológicas;
  • Fraudes;
  • Erros;
  • Interrupção das atividades;
  • Falhas no atendimento ao cliente e no cumprimento do que foi ajustado.

A gestão eficaz do risco operacional envolve a identificação, avaliação, monitoramento e mitigação dessas diversas fontes de risco.

Tipos de riscos operacionais

Há uma gama imensa de riscos operacionais, que são de difícil percepção em relação aos outros riscos. Confira quais são os principais:

Fraude

Envolve ações ilícitas de pessoas com acesso privilegiado, visando benefícios financeiros através de atividades fraudulentas, como licitações falsas e superfaturamento.

Falhas de segurança

Refere-se a vulnerabilidades nos sistemas, permitindo invasões que comprometem a segurança das informações armazenadas pela instituição.

Falhas humanas

Incluem erros, intencionais ou não, cometidos por colaboradores. Procedimentos de monitoramento são essenciais para mitigar os impactos dessas falhas.

Falhas nos sistemas

Máquinas e sistemas de segurança podem falhar, gerando problemas operacionais para a instituição.

Deficiência de estruturas

Fatores como falhas internas e externas podem comprometer a solidez da estrutura organizacional, colocando-a em risco operacional.

Como identificar os riscos operacionais?

Risco operacional.

A gestão da qualidade é uma forma muito utilizada para identificar um risco operacional, pois é avaliando a qualidade que as falhas são encontradas e as possíveis soluções que podem ser propostas. Além disso, cada colaborador precisa estar ciente das suas responsabilidades, ou seja, é preciso treinar o olhar para identificar riscos, e isso é feito por meio de capacitação e treinamentos.

A capacitação dos gestores é a chave para identificar riscos operacionais, pois um dos papéis mais importantes do gestor é ser capaz de identificar, distinguir e reportar imediatamente qualquer risco operacional. Dessa forma, é possível implementar medidas preventivas antes que qualquer incidente possa acontecer, o que pode causar sérios prejuízos, principalmente na esfera trabalhista.

Os gestores precisam ainda estar aptos a verificar a real eficácia das medidas de gerenciamento dos riscos operacionais, pois se as medidas não forem realmente efetivas, haverá desperdício de tempo e recursos da empresa. Os colaboradores da linha de frente, por sua vez, devem estar capacitados para reportar os riscos identificados aos gestores, bem como gerenciar os riscos relacionados às atividades executadas.

Vale frisar que as falhas podem ocorrer por fatores humanos, sejam eles intencionais (fraude) ou não intencionais (erros), e ainda por falta de recursos tecnológicos, por esse motivo, identificar a origem das falhas é de suma importância para saber onde é necessário alocar recursos e investir em capacitação, inovação, comunicação, etc.

Por fim, mas certamente o item mais importante é o compliance, não há como fugir da conformidade e, sem dúvida, essa é a medida que proporciona resultados efetivos na mitigação de quaisquer riscos. As políticas e os procedimentos internos bem definidos em uma estrutura global de compliance são capazes de identificar, reduzir e evitar os riscos operacionais.

Você pode saber tudo sobre esse tema aqui: Compliance: o que é, quais os tipos e como aplicá-lo na sua empresa?

A conformidade com as leis, contratos e normas em geral, sobretudo as normas regulamentadoras de segurança e medicina do trabalho, as famosas NRs, permitem aos colaboradores identificar não apenas riscos de todas as ordens, mas também eventuais desvios de conduta e demais situações de desconformidade.

Como evitar um risco operacional?

As organizações são diferentes entre si e têm peculiaridades próprias, por isso não há uma fórmula pré-estabelecida que possa ser aplicada com sucesso para todas elas. No entanto, é fortemente recomendada a criação de normas e processos que estejam alinhados com o regulamento interno e com as particularidades de cada empresa.

O departamento de compliance é quem pode melhor auxiliar na criação dessas normas, pois ele é responsável por analisar e acompanhar todas as práticas de gerenciamento de risco operacional que são adotadas dentro de uma empresa. O gerenciamento do risco operacional é a melhor forma de evitar perdas e minimizar a ocorrência de falhas, por isso é imprescindível criar instruções e regras para ajudar a monitorar as atividades e para adequá-las aos regulamentos e políticas internas.

Reconhecer os riscos é um passo essencial para que a empresa possa se antecipar a eles e mitigar seus efeitos ou até mesmo evitá-los. Esse reconhecimento possibilita que a organização invista com mais segurança e de forma mais alinhada aos seus objetivos.

Para os setores cujo grau de risco é mais elevado e que demandam uma atenção maior para evitar perdas significativas de patrimônio, a busca por conformidade deve ser constante. Isso envolve, como dissemos acima, o estabelecimento de diretrizes internas visando mitigar esses riscos, mas para isso é preciso identificá-los.

Quais as metodologias utilizadas para identificar riscos operacionais?

Algumas metodologias clássicas são muito utilizadas para identificação e gerenciamento de riscos operacionais internos ou externos, entre elas podemos destacar:

  • APR (Análise Preliminar de Risco): consiste em um estudo para identificar riscos em processos, possibilitando detectar e corrigir falhas. Esse método consiste em identificar, listar e analisar causas e efeitos dos riscos para então fazer uma análise qualitativa e quantitativa e finalmente implementar medidas de controle;
  • Os 5 Porquês: ferramenta utilizada para identificar problemas e investigar profundamente a causa de cada um deles, esta metodologia funciona como um passo a passo em que se questiona o porquê da ocorrência do problema sucessivas vezes até ter todas as respostas necessárias para a identificação das causas;
  • Diagrama de Ishikawa: este diagrama conhecido como “espinha de peixe” ou diagrama de Ishikawa, auxilia a identificar as causas de um determinado risco. Para isso deve ser considerado o que chamamos de 6M, o material, método, medida, máquina, meio ambiente e mão-de-obra, para assim identificar as prováveis causas de um risco.

Depois de identificar quais são os riscos operacionais a que a sua empresa está sujeita, é preciso planejar, dirigir esforços e alocar recursos para minimizá-los, é o famoso gerenciamento de risco.

Benefícios da gestão de risco operacional

A gestão de riscos operacionais proporciona diversas vantagens, entre elas:

  • Aumento da eficiência operacional;
  • Redução perdas;
  • Facilidade na identificação de ameaças;
  • Aumento na qualidade dos controles internos;
  • Redução dos acidentes de trabalho;
  • Entre outros.

Assim, para resumir as etapas de gerenciamento dos riscos, temos o seguinte passo a passo:

  • Identificação;
  • Análise completa (quantitativa e qualitativa);
  • Planejamento de ações de resposta;
  • Monitoramento.

A análise quantitativa, utiliza números para avaliar o impacto de um determinado risco e a análise qualitativa é mais focada na exposição aos riscos, priorizando aqueles com maior grau de impacto, para então classificá-los como alto, médio e baixo.

A gestão de risco operacional deve estar presente em toda a estrutura da empresa, e ser incorporada em sua cultura e métodos operacionais. A falta de gerenciamento adequado dos riscos operacionais pode impedir que a empresa alcance seus objetivos.

Desta forma, o gerenciamento contínuo é uma tarefa essencial para que a realização dos objetivos seja alcançada. Além disso, gerenciar riscos exige continuidade, pois alguns podem desaparecer e outros podem surgir, isso porque os processos são dinâmicos e as mudanças são constantes.

Da mesma forma, a percepção da empresa sobre os seus riscos também se modifica com o passar do tempo, e toda empresa deve esperar o mínimo de ameaças e o máximo de oportunidades. Assim, aplicar metodologias consolidadas pela sua eficácia, pode trazer diversos benefícios para a organização.

Garanta mais segurança ao seu negócio

Agora que você já sabe um pouco mais sobre risco operacional, conheça outras ferramentas que também são de extrema importância para preservar o patrimônio da organização e zelar pela sua conformidade de maneira ampla.

Você sabe o que é “cultura de speak up”? Se trata de uma comunicação empresarial transparente e direta, em que os colaboradores podem manifestar suas percepções e preocupações a respeito de possíveis violações do código de conduta ou inconformidades, ou relatar qualquer outro fato que possa prejudicar a empresa na sua cultura de ética e transparência, servindo como uma ferramenta de controle e promoção da integridade.

Outra ferramenta útil para o monitoramento e manutenção da conformidade, atuando sobretudo de maneira preventiva é o “Background check”, que funciona como uma checagem ampla de histórico de pessoas e empresas com as quais se pretende fechar algum tipo de negócio, contrato, parceria ou afins, de maneira que o histórico dessa pessoa ou empresa não prejudique a reputação da organização contratante.

Para que você possa aprofundar os seus conhecimentos sobre este tema, elaboramos um e-book em conjunto com duas especialistas abordando o tema “Background check como mecanismo de promoção à cultura de speak up”. O e-book aborda questões relevantes que vão desde o conceito de “background check”, passando pelas vantagens de adotar uma cultura de speak up e como implementá-la na sua empresa.

Este material é gratuito e para acessá-lo basta clicar no banner abaixo e preencher o formulário. O e-book será enviado ao seu e-mail!

E-book sobre background check e cultura de speak up.



Gabriela B. Maluf é Founder & CEO da Thebesttype, empreendedora, escritora, advogada com 18 anos de experiência, especialista em Compliance Trabalhista, Relações Trabalhistas, Sindicais e Governamentais, Direito Público e Previdenciário, palestrante com mais de 200 eventos realizados e produtora de conteúdo técnico otimizado em SEO para sites e blogs.