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De-risking: entenda o que é e quais são as suas consequências

Atualizado em 18 de julho de 23 | Geral  por

Gabriela de Britto Maluf

Instituições financeiras em todo o mundo estão reavaliando seus relacionamentos com bancos correspondentes em um movimento conhecido como de-risking. Essa prática visa lidar com preocupações como lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo, redução de custos e conformidade regulatória. No entanto, essas decisões têm impactos que vão além das instituições bancárias.

O de-risking implica na eliminação de parcerias, produtos e até mesmo o afastamento de determinadas jurisdições. Embora compreensíveis, essas medidas têm consequências amplas para o setor financeiro.

Isso ocorre porque as pessoas ainda precisam realizar pagamentos e transações, mas se os canais bancários tradicionais não estiverem disponíveis, elas podem ser direcionadas para canais que não ofereçam a segurança necessária.

Essa mudança para canais alternativos acarreta riscos adicionais, pois essas opções geralmente não possuem o mesmo nível de regulação e supervisão. O desafio está em encontrar soluções que equilibrem a segurança e a conformidade com a facilidade de acesso aos serviços financeiros para os indivíduos e empresas.

Isso significa que se por um lado os bancos devem manter controles apropriados, transmitir informações de forma coerente e transparente, por outro é preciso buscar soluções inovadoras para preencher as lacunas deixadas pelo afastamento de certas instituições e jurisdições. 

Neste artigo, iremos abordar o conceito de de-risking e suas consequências para o setor financeiro.

Mas afinal, o que significa de-risking?

O termo de-risking é um termo utilizado para descrever uma prática comumente adotada pelas instituições financeiras, no sentido de reavaliar e limitar seus relacionamentos com bancos correspondentes em jurisdições consideradas de alto risco. 

Essa prática visa mitigar os riscos associados a transações financeiras, como lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, além de atender às exigências regulatórias e reduzir custos.

Os bancos, ao adotarem esse procedimento, tomam medidas como encerramento de parcerias com entidades correspondentes localizados em jurisdições de alto risco, eliminação de certos produtos financeiros ou até mesmo deixam de realizar determinados tipos de transações.

Essas decisões visam proteger as instituições financeiras de possíveis implicações legais e reputacionais decorrentes de atividades suspeitas ou não conformes.

No entanto, o de-risking pode ter consequências negativas para a sociedade e para o mercado como um todo. Por exemplo, pode dificultar transações como remessas de imigrantes para seus países de origem, compras de produtos de consumo ou pagamentos de assistência médica.

A falta de acesso aos canais bancários tradicionais pode levar as pessoas a buscar canais alternativos menos regulamentados, aumentando potencialmente outros riscos.

Por que os bancos adotam o de-risking?

Essa prática é motivada por diferentes fatores. Um deles é a preocupação com a conformidade regulatória no combate à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, tanto em relacionamentos específicos como em países inteiros.

Além disso, o custo de manter diversos relacionamentos com bancos correspondentes em diferentes regiões do mundo também é considerado, e em alguns casos, a decisão de reduzir parcerias é uma decisão de negócios.

Isso porque, existem requisitos caros e onerosos em termos de normas regulatórias que os bancos precisam cumprir, tanto do país em que estão sediados quanto de várias outras jurisdições. Essa complexidade regulatória, juntamente com a falta de clareza e a variação das regras impulsiona o de-risking.

Embora essa prática seja frequentemente associada aos bancos internacionais, os bancos locais também costumam adotá-la. Essa tendência tem implicações significativas para o desenvolvimento econômico, comércio exterior e gestão de riscos.

Os relacionamentos entre bancos correspondentes e respondentes desempenham um papel importante nessas áreas, e a redução dessas parcerias pode afetar o acesso a conhecimentos, tecnologias, produtos e gestão de riscos nas instituições financeiras

Qual o impacto negativo do de-risking?

De forma geral, a prática excessiva do de-risking tem causado consequências indesejáveis, resultando em uma concentração significativa do mercado financeiro em menos instituições financeiras. 

A redução de bancos correspondentes afetou serviços como compensação e liquidação, transferências eletrônicas internacionais e financiamento do comércio exterior. Essa diminuição de relacionamentos tem impacto significativo em bancos locais e regionais, que precisam encontrar novos parceiros, muitas vezes em condições menos favoráveis. 

Desse modo, é possível afirmar que a prática do de-risking de maneira excessiva, pode desestabilizar economias, causar exclusão financeira e aumentar a pobreza. Além disso, o acesso a serviços financeiros essenciais, como remessas e pagamento de despesas educacionais e médicas, pode ser afetado. 

Por fim, vale frisar que a mudança no acesso a bancos correspondentes também tem implicações nas relações internacionais, como restrições ao comércio, impacto negativo nas relações diplomáticas, imposição de sanções e restrições financeiras e maior vulnerabilidade dos países em desenvolvimento.

Conclusão

Para enfrentar os desafios do de-risking, os bancos devem adotar medidas como implementar controles adequados, fornecer informações de forma coerente e transparente aos seus correspondentes e ao mercado, além de explorar soluções inovadoras. 

A utilização de ferramentas tecnológicas apropriadas também pode ajudar a compartilhar informações de forma eficiente e padronizada, reforçando os mecanismos de compliance de maneira eficiente sem impor limitações excessivas ou mesmo encerrar o relacionamento com clientes e parceiros de negócios.

Neste cenário, é recomendada a utilização de soluções de Know Your Customer (KYC). O KYC é um processo que as instituições financeiras devem adotar para verificar a identidade de seus clientes e entender melhor os riscos associados a eles, aumentando a transparência, compartilhando informações de forma eficiente e realizando uma análise de de riscos mais precisa e abrangente.

As soluções de KYC ajudam a reduzir as consequências negativas do de-risking e a manter os canais bancários tradicionais abertos para transações financeiras importantes. Encontrar um equilíbrio entre segurança e acessibilidade é fundamental para atender às necessidades das pessoas e garantir a integridade do sistema financeiro, sem que haja excesso de controle o qual gera uma série de efeitos negativos.


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Gabriela B. Maluf é Founder & CEO da Thebesttype, empreendedora, escritora, advogada com 18 anos de experiência, especialista em Compliance Trabalhista, Relações Trabalhistas, Sindicais e Governamentais, Direito Público e Previdenciário, palestrante com mais de 200 eventos realizados e produtora de conteúdo técnico otimizado em SEO para sites e blogs.