Quais cuidados devo ter ao firmar relações comerciais com pessoas politicamente expostas?
Atualizado em 21 de janeiro de 21 | Geral por
Antes de tudo é preciso entender quem são essas pessoas e por que elas são classificadas dessa maneira. Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, são pessoas politicamente expostas aquelas que exercem ou já exerceram cargos públicos de confiança nos últimos cinco anos. Pessoas próximas, representantes legais e familiares também recebem essa nomenclatura.
Na atualização feita no ano de 2017, também pelo COAF, deputados estaduais, distritais, vereadores, presidentes e tesoureiros nacionais de partidos políticos passaram a ser pessoas politicamente expostas.
Relações com Pessoas Politicamente Expostas
Quando se fala em política geralmente é um assunto complicado e que gera bastante debate. Não é para menos, em uma matéria publicada no final do ano passado (2020) na Istoé, o atual presidente do nosso país foi considerado “Personalidade do Ano” por seu papel na promoção do crime organizado e da corrupção pela Organized Crime And Corruption Reporting Project (OCCRP), um consórcio internacional que reúne jornalistas investigativos e centros de mídia independente.
Certamente uma notícia com essa contribui ainda mais para que as pessoas, tanto físicas quanto jurídicas, fiquem com um “pé atrás” quando o assunto é pessoas politicamente expostas.
Integridade
No relatório anual de 2019 do Índice de Percepção de Corrupção (IPC), divulgado pela Transparência Internacional, o Brasil caiu pelo quinto ano consecutivo na lista dos países mais íntegros do mundo.
Em um estudo mais antigo, datado de 2010, já era possível ver a percepção dos brasileiros em relação ao governo. “A Cara da Democracia” realizado pelo Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação, após ouvir mais de duas mil pessoas em 151 municípios, constatou que mais de 70% dos pesquisados não confiavam em partidos políticos.
Ou seja, com essa imagem sobre a PEP, as relações comerciais acabam se tornando mais difíceis e partem do princípio da desconfiança.
Cuidados a serem tomados
Quando se deseja contratar um novo fornecedor ou uma pessoa para um cargo de confiança, por exemplo, é imprescindível que seja feita uma investigação prévia a fim de verificar se tudo está em conformidade.
Processos como due diligence e background check são essenciais e indispensáveis para obter informações relevantes e, dessa maneira, evitar problemas futuros.
Não diferente disso, o mesmo deve acontecer com as pessoas politicamente expostas. A grande diferença é que estes requerem um pouco mais de atenção por parte da empresa, exigindo uma investigação mais profunda e detalhada, assim como um acompanhamento periódico enquanto houver algum tipo de relação entre as partes.
Pelo próprio poder de influência e notoriedade que esses cargos possuem, os problemas, se houverem, podem ganhar proporções maiores e causarem mais danos.
Alguns exemplos de informações importantes a serem checadas:
- Situação na Receita Federal;
- Pessoas relacionadas, sociedades e parentescos;
- Mídias negativas;
- Envolvimento com lavagem de dinheiro;
- Bens como imóveis e veículos;
- Processos judiciais;
- Antecedentes criminais.
Esses e outros dados são importantes para ter uma visão completa sobre a PEP e prevenir situações de riscos.
Portanto, neste tipo de relação é preciso ter um sinal de alerta a mais em comparação com as outras.
Como identificar pessoas politicamente expostas?
Como descrito anteriormente, basta verificar se a pessoa se enquadra em alguma das profissões públicas declaradas como relevantes. Também veja se essa pessoa é cônjuge, parente de 1° grau ou próxima de pessoas politicamente expostas.
Para facilitar e otimizar este processo, hoje existem algumas ferramentas disponíveis no mercado, como o exemplo da plataforma upMiner.
Como funciona
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