Agronegócio e compliance
Atualizado em 15 de janeiro de 20 | Geral por
A situação real do agronegócio no Brasil
Não é novidade que o agronegócio é um dos setores que mais impulsionam a economia do país. Ele representa cerca de 21,6% do PIB nacional, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O dado acima significa que na prática o agronegócio e a pecuária são a base de toda uma cadeia de produção. Dessa forma, o setor não é só responsável pelos alimentos presentes na sua mesa. A atividade envolve também outros diversos segmentos da economia, como por exemplo: agricultores, nutricionistas, veterinários, transportadores, chegando até o varejo e aos consumidores.
Por envolver diversos segmentos e ser um setor com muitas normas, regulamentações e riscos de atividades ilegais, o compliance no agronegócio está se tornando cada vez mais urgente.
Você sabe o que é o “Selo Agro+Integridade”?
Em 2017, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) instituiu o “Selo Agro+Integridade”, desenvolvido para premiar empresas do setor que, reconhecidamente, desenvolvessem “Boas Práticas de gestão, integridade ética e sustentabilidade”. Para conseguir este selo, dentre outras exigências, destaca-se o enfoque anticorrupção, no qual, há expressa menção da importância da adoção de um Programa de Compliance.
Outro ponto importante, quando falamos de compliance no agronegócio, é o mercado internacional, o qual vêm dando sinais de que não aceitará produtos vindos de empresas envolvidas com corrupção.
Casos famosos de corrupção no setor
A Operação Carne Fraca e as delações recentes dos irmãos Batista são bons exemplos de empresas no setor que perderam bilhões em valor de mercado e finanças por não adotarem um programa de compliance efetivo. Deste modo, podemos concluir que, de agora em diante, para o setor de agronegócio crescer de maneira sustentável, será preciso investir fortemente nisto.
Como implementar um programa de compliance eficiente?
Primeiramente, é necessário que as empresas do ramo de agronegócio façam uma pesquisa e análise sobre as maiores dores do setor. Ou seja, onde estão os maiores riscos e quais são as atividades que necessitam mais atenção.
Geralmente, as relações com fornecedores e parceiros exigem um maior cuidado, pois a zona rural é a que mais tem problemas com a utilização de trabalho análogo à escravidão na cadeia de valor. Segundo dados do Ministério do Trabalho (MT), 43% da lista do trabalho escravo encontra-se na mesma.
Outra dor do setor são os riscos ambientais que infelizmente fazem parte da rotina do agronegócio. Logo, cada vez mais é cobrado que se haja transparência e ética em relação a este problema.
Quais as melhores práticas de compliance para as dores do agronegócio?
Em relação às dores citadas acima, existem duas práticas de compliance que podem ser efetivas: Due Diligence e checagem de terceiros.
Due Diligence
A Due Diligence (diligência prévia) é um processo de investigação completo que busca analisar todos os setores de uma empresa. Ele é utilizado para garantir um melhor entendimento sobre riscos e oportunidades em situações de: abertura de capital, aquisição, fusão, venda e para ter uma visão completa do seu próprio negócio.
A prática correta da Due Diligence permite que a empresa tenha um tesouro em mãos, pois a partir deste processo, ela poderá ter uma avaliação minuciosa que engloba desde aspectos financeiros, jurídicos, previdenciários e imobiliários até a imagem da empresa no mercado.
No ramo do agronegócio, aplicar a Due Diligence é imprescindível. Afinal, este é um setor onde se realiza muitas fusões e aquisições. Através da prática, os empresários podem ter um melhor entendimento sobre os riscos e oportunidades dos investimentos em potencial e das parcerias a serem firmadas.
Checagem de terceiros
A prática de checagem de terceiros é bastante utilizada no agronegócio, pois ela está diretamente ligada ao conhecimento e validação das pessoas que têm ligação com a empresa. Ou seja, fornecedores, funcionários, transportadoras, entre outros.
Ao verificar os antecedentes e ter acesso à dados importantes dos mesmos, é possível prever alguns riscos, minimizando a possibilidade de casos de corrupção e perda de dinheiro na empresa.
Outro ponto, é o uso desta prática na parte de recrutamento e seleção. Ao ter em mãos informações relevantes, o recrutador descobre se o funcionário a ser contratado possui ligação direta com crimes ou dívidas em seu nome. E, dessa forma, a empresa consegue tomar a melhor decisão. Neste caso, de contratar ou não o colaborador.
Ao implementar as práticas citadas acima, a empresa consegue ter mais garantias em todas suas relações. Assim, passando mais credibilidade aos investidores, governo e consumidores.
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